Uma propaganda tomou a minha mente recentemente. Foi a o dia 1 de dezembro, dia de mundial de combate a AIDS, foi lançada a propaganda em que havia um casal hetero se beijando e a seguinte mensagem: "Um deles tem AIDS, o outro sabe! Viver com AIDS é possível, impossível é conviver com o preconceito".
Não me recordo de uma outra propaganda ser tão explicita no incentivo da intimidade saudável com portadores de AIDS. E isso me fez muito feliz porque percebi o quão grande é o avanço. Ultrapassar as barreiras do preconceito velado não é das tarefas mais fáceis.
O que diferencia o animal homem dos outros animais é que o homem tem um sistema de linguagem, que possibilita a existência da cultura. Na cultura está imersa a moral. Que ao meu entender é um conjunto de regras sociais que ditam como devem ser o existir dentro desse grupo.
Acontece que cada indivíduo é único, e alguns conceitos culturais pré-estabelecidos, os preconceitos, deixam alguns em zona de conforto e outros em completo desconforto, em "desajuste". E esse estar "fora" é que "justifica" a violência que sofrem os desajustados. Desde o despreparo de si mesmos (já que a cultura está dentro de todos e todas) para conviver com a sua realidade e escolhas, até os mais variados tipos de violência em todas as esferas de sua vida.
Expor em propaganda uma alternativa ao preconceito é traze-lo a tona e propor uma mudança de paradigmas culturais.
Pro grupo que sofre o preconceito é sair do "desajuste" pro ajuste total. É ser reconhecido como igual, como um animal humano como qualquer outro. E esse processo de naturalizar as diferenças (para que cada qual tenha o direito de construir sua identidade e exerce-la com plenitude) para respeitar a igualdade (de direitos) é o processo de transformação cultural e construção de uma sociedade mais justa e sadia.
Como nós fazemos a cultura, vamos refletir como nós podemos contribuir para que aqueles que são marginalizados pela construção da sua identidade cultural, sua origem, sua realidade e suas opções sejam respeitados e validados como iguais. Afinal de contas somos todas e todos iguais, embora sejamos diferentes.
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