Eu já andava preocupada como nos comportamos no nosso cotidiano.
Salvador acordou do feriadão assustada com o assassinato de Jorge Pedra, apresentador do programa “Fama e Sucesso”. A morte do apresentador não teve o menor glamour. Pedra foi esfaqueado em um motel popular no centro da cidade por seu parceiro eventual que fugiu com suas jóias e o dinheiro que tinha em sua carteira. Foi comentado por várias pessoas como Pedra se expôs e como esse tipo de crime é comum com o grupo de homens homoafetivos. Em salvador já somam 19 assassinatos a homossexuais neste ano, segundo o Grupo Gay da Bahia – GGB.
O preconceito a outras formas de se relacionar sexualmente é transmitido através de um imperativo do modelo heterossexual na cultura, que é introjetada por todas e todos. É necessário um trabalho interno de identificar em nossos pensamentos, sentimentos e ações e modifica-los quando identificarmos necessário.
Porém não são apenas homossexuais que se expõem a esses riscos. Ouço relatos de mulheres jovens que vão para a “balada” e que “ficam” com rapazes que acabaram de conhecer e que vão para o motel ou pegam carona para casa. Antes eu ouvia essas relatos com uma certa naturalidade, hoje acho que há uma ausência de cuidados com a própria vida dessas pessoas que se relacionam com desconhecidos, chego a supor uma tendência suicida, já que casos de roubo, assassinatos e agressões são comuns e povoam a mídia diariamente.
Uma aluna de onze anos do Colégio da Policia Militar sumiu na terça, quando participava de um campeonato de natação. A menina estava muito nervosa e havia sido vista pela ultima vez saindo do Clube dos Oficiais da PM e indo em direção ao colégio, que fica ao lado. A foto da menina foi espalhada pela mídia, que inclusive disse que a piscina havia sido esvaziada e que a menina não tinha sido encontrada. Hoje surge a notícia que o corpo da menina foi achado na piscina do clube.
É muito triste imaginar qualquer desenrolar que teve esse fim. Mas o que mais choca é que estamos falando de uma criança participando de uma atividade esportiva na escola.
Crimes contra homossexuais são um absurdo, crimes contra crianças são inaceitáveis. Esses crimes tão próximos e tão distantes representam a sociedade doente em que vivemos. Revolta pensar que nossas crianças estão vulneráveis a uma história como essa.
Eu busco viver de forma harmoniosa e gostosa, mas não posso tampar os meus olhos a essas patologias sociais. Viver em um mundo bom e confortável deve ser direitos de todos. Por isso construo a cada dia a minha parte nisso.
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